segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

2. O começo dos tempos...

Passei uma infância perfeitamente normal, e uma adolescência louca q.b.
Descobri que os seres de outras espécies, que partilhavam o meu planeta, eram bastante inteligentes e toleravam-nos com um ar de resignação que os irmãos mais velhos têm para com os caçulinhas  mesmo quando eles nos puxam pelos cabelos e desatam a enfiar os dedos pelos olhos.
Admiro-os cada vez mais. Ao longo dos anos fizemos-lhes tantas barbaridades, destruímos insanemente os seus habitats favoritos, mas eles, coitados, continuaram a tolerar-nos como se se estivessem a penetenciar de algo tremendo do seu passado.
Aos 21 anos resolvi ir-me embora. Tinha o brevet de nave espacial classe III e achei que aquele mundo não era para mim, portanto, despedi-me da família e amigos e zarpei sem destino, à aventura.
Digitei no painel de controle da nave – Destino: mundo civilizado, activei o piloto automático  e deitei-me no casulo de animação suspensa.
Passados 2 anos, a deslocar-me perto da velocidade da luz, os sistemas da minha nave acordaram-me, e o piloto automático saudou-me:
«Grande Nemo, (ok, é assim que ele me trata) estamos a orbitar um planeta azul num sistema solar no extremo da via láctea e estamos sem combustível»

-Porra! Esqueci-me de atestar antes de partir! Ganda nóia! 

 

- JCN (ok, o meu computador de bordo, conforme vim a saber bastante mais tarde, tinha um nome que era um trocadilho com a sigla duma empresa qualquer à moda de um filme qualquer… nunca prestei muita atenção a isto!) analisa este planeta quanto à possibilidade de manter vida inteligente, ser compatível com o meu sistema biológico e procura combustível.


«Grande Nemo, este planeta tem vida. Seres à base de carbono, respiram oxigénio, portanto são compatíveis, embora apresentem estranhas variedades cromáticas mas os combustíveis usados são incompatíveis com esta nave»
Pronto! Foi assim que me tramei e fiquei encalhado neste planeta...
A ver vamos como são estes estranhos e coloridos habitantes

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