quarta-feira, 18 de maio de 2011

58. mudar a maneira de pensar pode ser dificil...


Olha Abrenúncio, estou um bocado desapontado com a vossa espécie mas por outro lado tenho uma tremenda fé em vocês, sabes?


hmmm... e isto vem a propósito de quê?



Olha, li algures num blog de uma professora «Sou professora já há demasiado tempo. O mais que suficiente para ver que nada muda. Que eu não consegui mudar as ideias da maioria dos meus alunos. Eu e mais muitos professores. E eu acreditava na escola...» - isto a propósito de, pelo menos aparentemente, as mentalidades parecerem inalteradas ao longo dos tempos e se continuar hoje em dia a privilegiar os velhos estereótipos culturais.  

Mas, enfim, esses estereótipos sempre existiram e sempre hão-de existir, não? Fazem parte da maneira de ser da humanidade, crescemos rodeados de exemplos que muitas vezes nos confundem e a sociedade em que nos inserimos não nos dá os melhores exemplos.

Acho que puseste o dedo na ferida. Vocês tendem muito facilmente a negar a responsabilidade dos vossos actos, refugiando-se na nefasta influência que a sociedade exerce sobre os humanos. Acho isso tão infantil que se não fosse tão grave até seria risível!

Como assim?! É verdade! 
Já viste a carga de maus exemplos que a sociedade, através por exemplo dos meios de comunicação social atiram sobre a nossa juventude, minando os seus valores morais? 

Mas vocês têm ou não inteligência? Espírito critico? Livre arbítrio? 

Muitos filósofos defendem que ninguém escolhe o mal, que as escolhas que fazemos têm sempre em vista o bem. O nosso problema é que nem sempre o bem é bem visto, ou seja, o problema não está em escolher o bem, mas em o escolher de forma certa, escolher de forma justa. As gerações mais recentes estão marcadas por uma grande fragilidade na vontade, mudamos de ideias com muita facilidade e frequência. A falta de determinação gera o risco de escolhas que possuem data de validade curta, o que cria uma preocupação: “Será que existe bem que perdure?” 

Filosofia à parte numa coisa estamos de acordo - os exemplos influenciam, e muito, os mais novos. 
O importante é educarmos, instruirmos a juventude, não enchê-los de «cultura livresca» mas ensiná-los precisamente a usar o espírito critico e com base na informação adquirida a questionarem os tais estereótipos. 
O problema não é o teu exemplo não chegar lá, vocês acham é que têm uma concorrência desleal da parte dos meios de comunicação social, que bombardeiam a população com «big brothers» e com telenovelas de conteúdo muito duvidoso e onde muitas vezes se faz a apologia da estupidez. Além disso, quem se movimenta neste vosso meio urbano percebe que o ambiente é estranhamente «provinciano» (e isto não tem nada a ver com a província!) e até se faz a apologia da alarvidade. Ok, quando vejo um gajo que agrediu uma mulher em directo na tv, numa antiga edição do big brother, virar astro famoso... (talvez por isso se fale tanto agora da violência entre namorados) fico preocupado com vocês. 
Apesar de tudo, não desistam nunca dos pequenos. Enquanto professores podem sentir-se em desvantagem mas algo das vossas personalidades perdurará nas mentes deles. Muitos recordarão os exemplos dos professores e terão discernimento para perceber a diferença.


Ok. eu recordo-me de muitos episódios dos meus professores e que só muito mais tarde compreendi...

Absolutamente. O importante não é ver os resultados no fim do ano lectivo - isso será até impossível. No fundo todos vós tendes a sensação que nada muda porque a mudança é lenta e subtil. Mas uma coisa é certa. A semente foi colocada. Com o devido tempo germinará. Com o devido tempo crescerá e dará frutos. Talvez o triste para vocês seja o facto de intimamente terem a consciência de que provavelmente não chegarão a ver os frutos, mas que eles irão aparecer isso é indiscutível.






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